Chegamos a ducentésima matéria de nossa coluna, e esses números tem um significado especial para mim, assim meu desejo é trazer para vocês algo que possa ter um significado, que acrescente algo, que aponte para a necessidade de mudanças enfim que faça uma diferença, perdoem me se parece ser alguma soberba.
O assunto que vamos discorrer realmente é contundente e muitas vezes nos coloca em choque com nosso amago mais profundo, pois falar em ética e caráter é navegar num mar revolto em um caiaque, mas eu vou incorrer neste risco.
Eu quando criança tinha grande paixão pelos discursos de políticos que subiam em um palanque e sem recurso nenhum de tecnologia fazia com que lagrimas descessem aos rostos da pessoas e quando chamavam para a luta transformavam indefesas ovelhas nos mais ferozes leões. O tempo passou e carregou com sigo esses guerreiros bravios e quando me apercebi já não mais os encontrava.
Demorei pra entender o que havia acontecido com os destemidos cavaleiros que defendiam com eloquência e com amor a nossa pátria, as nossas tradições.
Foi quando nas minhas andanças literárias eu encontrei um capitulo que elucidou o meu grande mistério e aqui começa a nossa história...
A cerca de 250 anos atrás talvez um pouco menos, a literatura, o ensinamento a educação eram pautados 100% na ética do caráter.Os seus valores eram Integridade, humildade, fidelidade, temperança, coragem, justiça, paciência, diligência, simplicidade, modéstia e a regra de ouro era fazer aos outros apenas o que desejam que nos façam.
Os grandes estadistas, os pais de famílias, os professores foram forjado nessa tempera aonde a ética do caráter era a influencia real, esse tempo fora conhecido como a era do fio do bigode!
Nos últimos 80 anos a literatura aponta para uma curva histórica e negativa em que a ética do caráter foi sendo substituída pela ética da personalidade, agora era importante apenas que as pessoas adotassem um discurso positivo, das habilidades pessoais, das suas atitudes que poderiam até mesmo ser ensaiadas e das técnicas de relacionamentos de modo a tornar se agradável ao seu interlocutor.
Essa nova era trouxe uma geração desprovida dos princípios da ética do caráter, foi tornando se adepta da famosa lei de Gerson em que deve-se levar vantagem em tudo.
Ao mesmo tempo que essa geração ia nascendo a geração do passado ia morrendo até que a temperança dessas duas gerações se findou. Nesse momento acabou se os verdadeiros estadistas, patriotas. A nação foi tomada por essas pessoas que não tem referencia de caráter para que possam entender que é errado ser corrupto, as ovelhas que antes eram transformadas em ferozes leões hoje defendem a corrupção como sendo um mal necessário porque isso não agride mais o seu caráter.
Se der para individualmente andar em um carro melhor, morar numa casa boa, falar com um celular de última geração, então não importa o que os homens façam com seu vizinho, com seu irmão com seu país, e eu escrevendo isso aqui fico pensando que infelizmente nem culpa eles tem, é o produto dessa nova geração.
E com isso passam se os anos e vamos as urnas com a missão ingrata de escolhermos o menos ruim, um band-aid para tentar estancar as hemorragias de uma nação doente.
Se um dia quisermos resgatar a decência a honradez e como consequência a paz espiritual precisaremos recuar no tempo, mergulhar na história,aprender a biografia dos grandes homens e a partir daí procurar criar uma nova geração com os velhos princípios que nunca foram tão atual, como seria maravilhoso ouvir um novo Rui Barbosa com seu discurso inflamado pela moralidade, a poesia marcante de um Machado de Assis a coragem de um Duque de Caxias, tudo isso encontra-se escondido na profundeza da história que existe em cada um de nós.
Nossa luta travada hoje não é vã e nem seus resultados serão amiúdes, mas a verdadeira batalha ainda não começou,é o resgate dos verdadeiros seres humanos que fomos e que queremos ser.
Dionysio.
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Dionysio