Uma graciosa águia, voando na imensidão do azul celeste olhou para baixo e avistou um pontinho distante em algum ponto do verde da terra, um rouxinol
Aquele pequeno pontinho quase que invisível na dimensão entre os dois, foi como que um imã que a atraiu profundamente
Não pode evitar o rasante e ao se aproximar notou que por detrás daquela exuberante beleza havia um rostinho escondendo uma singela tristeza, ela não soube no momento se apaixonou-se pela estonteante beleza ou teria sido pelo misterioso sentimento que havia naquele ser
O fato é que isso não importava, o amor havia nascido e se espelhado no outro instantaneamente, e assim passaram a voar juntos ora na imensidão do céu, ora por entre o verde das primaveras
Muitos anos se passaram em que a felicidade transbordava entre aquele radiante casal, até que um dia como outro dia qualquer algo mudou
Aquela majestosa águia que singrava os céus com a facilidade que os veleiros singravam os mares, acordou diferente, suas asas vigorosas não batiam mais e seus fortes membros não mais serviam para sustentar aquele majestoso corpo
O rouxinol imediatamente percebendo que um grande desafio estava por vir, respirou fundo e buscou no esplendor do seu canto a força que precisava para mostrar para o companheiro que tudo iria ficar bem
Foram tempos difíceis de grandes tempestades interior assolando aquele casal cada um de sua forma e a mesma forma nos dois, um buscava a força no outro e o tempo foi sendo superado segundo por segundo, minuto por minuto horas atrás de horas e os dias foram passando
A Águia melhorou muito com o apoio da amada mas sabia que precisaria se reinventar que não mais voaria pelo infinito azul, que não repousaria mais no cume das montanhas mais altas, mas que ainda sim seria feliz pois conheceu o amor e o amor caminhava com ela.
Muitos anos foram se passando e com os anos a mocidade, as penas foram mudando de tons e as experiências foram se acumulando, mas o céu estava ao alcance de um olhar, ahhh... como seria bom voar até desaparecer no horizonte...
Não podemos fugir para sempre de nossa natureza embora possamos domá-la por um longo período, e principalmente quando sabemos da importância que temos na felicidade do outro e assim muitas vezes domamos nossos sonhos para que o amor possa continuar sonhando
Mas um dia ela olhou para o céu e tomou uma decisão de muita coragem, eu nasci uma águia e como águia que sou o alto é o meu destino e com todas as suas limitações e o coração partido pelas renuncias que precisava fazer ela fez o seu último voo, mas não voou para a mais alta das montanhas, não foi para o mais lindo dos picos, não parou no ápice do Everest, ela transcendeu e subiu para imensidão do Céu e pousou nos braços de um anjo celeste.
Lá de cima ela percebeu quando tudo clareou que nunca viveu com um rouxinol e sim com um Anjo ou melhor... Com uma Ângela e nunca vai esquece-la!
O amor é assim uma história de alegria e de dor, mas quem não deseja esse alegre sofrer que nos faz querer viver
Dionysio.
Amado, irmão
ResponderExcluirEu sei que vou chorar
A cada ausência tua, eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa tua ausência me causou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda minha vida
De tudo, ao meu amor seria atento antes
E com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor
Hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar, ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde
Me procure quem sabe a morte
Angústia de quem vive, quem sabe a solidão
Fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor
Que tive
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda minha vida